Era uma vez uma Princesa muito bonita que vivia no Reino da Pedra Rubra. A Princesa tinha crescido a ouvir histórias terríveis que sua mãe contava sobre os homens e o pouco que eles valorizavam as mulheres. Tanto assim era que a Rainha (sendo ela a herdeira da coroa) havia banido todos os homens do reino e eram as mulheres que decidiam quando os queriam ver. Para tal saiam do Reino, faziam como lhes aprouvesse e voltavam.
A Rainha havia tomado essa decisão porque o seu consorte era um mulherengo que preferia beber copos e assistir a torneios do que a dar-lhe atenção. “Eram assim todos os homens”, decretara a Rainha , e assinara a lei que condenou todos os homens ao exílio, segurando ao colo a filha recém-nascida a quem chamara Amestris, que significava ‘amiga’, honrando assim a promessa que fizera a si mesma, enquanto dava à luz sem saber do marido, na companhia das suas amigas mais próximas. Foi no instante que segurou Amestris, pela primeira vez, que Litgarda – assim se chamava a Rainha – decidiu que não queria que a filha crescesse sonhando e idealizando o amor e, para prevenir tal inevitabilidade, baniu os homens da corte.
De nada serviram a Jefté, o marido da Rainha, as súplicas, promessas de mudança e arrependimento. Litgarda decidira que esta atitude era o melhor para sua filha e mesmo sabendo que nunca haveria outro homem que a fizesse sentir como Jefté fazia, expulsou-o juntamente com todos os outros. Fora quase há dezasseis anos que Litgarda tomara tal decisão e, em todo esse tempo, nunca mais voltara a ver Jefté com receio de voltar atrás na sua palavra. Durante esse período, Jefté vira a filha várias vezes. Lufinha, a aia da Rainha, levava a criança ao pai à Terra de Ninguém que era o pedaço de terra que separava Pedra Rubra da Terra dos Lobos, domínio dos homens . Amestris via em Jefté um bom pai e um bom amigo mas também via um homem. Aliás, via o único homem que alguma vez conhecera. E, embora o pai lhe parecesse muito diferente de tudo o que a mãe lhe dizia do género masculino, Amestris tinha receio de confiar.
Agora, quase a completar o seu décimo sexto aniversário, Amestris estava prestes a visitar a Terra dos Lobos pela primeira vez. Assim era com todas as mulheres de Pedra Rubra: faziam a sua primeira visita ao antro daquele que muitas vezes viam como inimigo no dia em que completavam dezasseis anos. Assim era com todas as mulheres e assim seria com Amestris.
7 comentários:
Começou bem :)
Está visto o que vai acontecer, vão-se apaixonar todas umas pelas outras que sem paixão ninguém vive e à falta de cão caçam com gata...
Gosto, é uma novela muito moderna e pedagógica.
Gosto especialmente dos nomes.
Luz
Rosa, ainda bem que estás a gostar!
:p
Tereza, deves julgar que és a minha guionista, não?
Isto vai ser do best!
Luzinha ainda falta tanta gente. Se gostas dos nomes, vais ficar freguesa.
Eu cá acho que estás a enrolar a malta. Essa é que é essa.
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