segunda-feira, 28 de setembro de 2009

COISAS QUE ME APOQUENTAM DE QUANDO EM VEZ

full

Ontem, depois de votar, parei num semáforo vermelho. Atrás de mim, o BMW mais giro que vi até hoje conduzido por um fulano parecido com o Eric Dane.

Dei por mim a pensar:

- Aquilo era carro que me levava a ter sexo com o condutor no banco de trás.

e ainda:

- Aquilo era fulano que me levava a ter sexo no banco de trás do carro.

Dependia de quão fútil me sentisse no dia do acto!

sábado, 26 de setembro de 2009

ESTE BLOG NÃO SE CHAMA CONFISSÕES?

Barba O meu pai sempre usou barba. Nunca o vi sem barba a não ser numa ou outra fotografia de adolescente. Ao vivo, nunca mesmo.

Um dos melhores amigos dele que eu conhecia desde que existo tinha a barba mais suave do mundo. Lembro-me que quando era miúda, pensava que a barba do Pai Natal devia ser assim, suave como a dele. Também me lembro que, há uns meses, foi a única coisa (inteligente) que consegui dizer no velório dele.

O terceiro, que ainda há uns dias aqui esteve, tem barba.

O meu tio tem barba.

Basicamente, todos os homens que conheci em miúda têm barba.

Aqui há uns anos, numa profunda sessão de psicanálise efectuada por volta das 5 da manhã sob o efeito de poderosos medicamentos anti-depressivos, conclui que sofro de um poderoso complexo de Édipo mal resolvido. É que se há coisa que eu gosto é de homens de barba. Pronto, também gosto de canhotos mas para isso não consigo arranjar uma explicação racional, nem mesmo depois de muitas garrafas de anti-depressivos. Simplesmente, acho os homens canhotos mais sexys do que os dextros. Mas em relação às barbas acho mesmo que é complexo de Édipo.

É que é coisa que fica bem (conforme se pode ver pela amostra anexa) em todo o género de homem: seja ele loiro, moreno, grisalho, novo, velho… Gosto, pá, que gosto…

AVÓ SEXY

O Projecto de Gaijo anda rouco. Digamos que o Joe Cocker ao pé dele tem a voz límpida. Anda mesmo muito rouquinho. No outro dia de manhã, quando saía para a escolinha, foi-se despedir da avó que lhe chamou “voz sexy”. Ele não disse nada. Beijinhos, abraços e até logos.

Ao chegar ao carro, pergunta-me muito baixinho:

- Mamã, eu xó tenho a vó M e a vó B, pois é?

- Sim, porquê?

- Eu num tenho nenhuma Vó Xexy, pois não?????

Escusado será dizer que eu nem respondi de tão ocupada que estava a rir.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

NOITES

Reviro, corro e aliso a cama onde nós não dormimos. Noite após noite, procuro o teu corpo com o meu, mas acordo com o frio do vazio dentro de mim. Nos meus sonhos, fundimo-nos e gememos mas quando abro os olhos, pergunto-me onde estarás. Nas noites da minha vida, vive um fantasma que eu amo. Quando a manhã chega, exorcizo-o. Um dia… Um dia, vou aprender o feitiço para o materializar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ENTÃO E ACABAR O QUE COMEÇASTE, MENTE MARIA?


A semana passada, coloquei a questão sobre se seria possível amar duas pessoas em simultâneo.

Como é óbvio, eu não me referia a amar o pai ou a mãe ou amar os filhos ou os amigos ou a Deus Todo-poderoso.

Ao que eu me referia – e para que não subsistam dúvidas – era a amar de forma sentida e carnal 2 pessoas em simultâneo. A não conseguir decidir qual dessas pessoas tem uma maior relevância na nossa vida.

Nós sabemos que somos animais. Nós sabemos que os animais, por regra, não têm natureza monogâmica. Mas também sabemos que os animais acasalam com o fim da procriação e não o de desenvolverem projectos de vida comuns.

Agora, não sejamos hipócritas e não vamos aqui negar (até porque o blog suporta comentários anónimos) que já estivemos numa situação em que mantendo uma relação com uma pessoa, dedicamos o nosso pensamento a outra que nos atrai. Seja porque nos diverte, porque conseguimos falar com ela sobre tudo, seja porque nos massaja o ego, seja porque nos apetece comê-la como se não houvesse nem hoje à tarde quanto mais amanhã.

Isto não implica que nós, efectivamente, tenhamos pegado nessa pessoa e a tenhamos devorado desalvoradamente.

Agora a questão é: se esse interesse evoluir para sentimentos mais fortes, é possível amar essa e aquela com que já estávamos antes? E depois da bota apertadinha como é que se descalça?

(E, sim, eu sei, é quase hora do almoço… O refogado está ao lume… O bife está no prato…)

EU TENTEI, OK????

Mas aquelas gaijas ou não atendiam ou estava ocupado. Portanto, a coisa vai mesmo assim:

PARABÉNS, ABELHA!
PARABÉNS, BOND!


Agora, se querem as palavrinhas lindinhas (tipo cabras, etc, etc) vão ter que eventualmente lembrar-se que se têm alguma coisa a apitar dentro das malas ou nos bolsos, por norma, devem olhar para o pikeno visor que o aparelhómetro tem e carregar na tecla verde. Logo treinamos, boa????

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

TENHO AQUI UMA PERGUNTINHA QUE SE ME ANDA A RODOPIAR NA CABEÇA


Eu sei que talvez seja uma pergunta mais velha do que o cagar de cócoras (gosto tanto desta expressão), mas é sempre actual e, em abono da verdade, nunca ninguém me deu uma resposta plausível:

É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?
(Agora começa tudo a assobiar e a pensar que está na hora de ir para casa fazer o jantar...)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SOU SÓ EU...


(Photo & Lingerie: Victoria's Secret)


Que tenho uma tara por lingerie ou a coisa é geral?

É que tenho cá para mim que para alegrar esta segunda-feira, só de Victoria's Secret para cima...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. E ESTE TAMBÉM TEM BOLINHA VERMELHA

(Xica Maria, tudo o que diga Bolinha Vermelha é interdito e não pode ser visto pelos teus olhinhos. Vai lá ler o blog de outra pessoa qualquer agora, sim?)

Esta conversa é a continuação da de ontem e não foi publicada logo de seguida porque acho que o meu pc entrou em choque anafilático.

Ora a minha Amiga Anónima quando veio ler o post que ela, no fundo escreveu, deparou-se com um post meu em que eu falava de encaracolar os dedos dos pés. Quando eu escrevi a frase não pensei no mesmo que ela.

Acontece que ela já havia desenvolvido uma investigação muito científica sobre o assunto e cujos os resultados decidiu partilhar comigo. Como eu sei que vocês gostam muito de ciência e podem até querer levar a cabo esta simples experiência, vou divulgar então os resultados:

Amiga Anónima diz: lembras-te de ver nos filmes cómico as cenas de sexo em k os gajos encaracolam os deditos dos pés?

MQP diz:

Yeap. Lembro.

Amiga Anónima diz:

bem, houve uma altura na minha vida em k me deu a curiosidade de verificar essa questão a fundo...

mas fodia-me sempre pk ora em k tinha um orgasmo, ora verificava se eu encaracolava os dedos dos pés...

claro k optei pela primeira

entao, do k me lembrei?

observar o outro enquanto a coisa desenrolava...

e só por acaso foi no broche....

caso para dizer k estava com um olho no burro e o outro no cigano....

lol

MQP diz:

Anónima Maria, tu hoje estás possuída!!!!!!

Amiga Anónima diz:

eu? nada...

pera e ouve

MQP diz:

Eu daqui a bocado acordo o gaijito com as gargalhadas. Vá lá então. Explica.

Amiga Anónima diz:

escolhi uma posição em k nem ta consigo descrever, k ainda hoje desconfio seriamente k a hérnia k tenho foi ali k a arranjei para poder investigar a sério a cena

agora imagina a cena... boca cheia, posição fodida, gemidos para o incentivo.... e um olho arremelgado para o dedo do pé do outro

MQP diz:

Isto vai dar outro post...

Amiga Anónima diz:

incentivei, incentivei, incentivei (k eu sou moçoila de incentivo)

MQP diz:

Estou a chorar, mulher...

Amiga Anónima diz:

até k começo a ver os dedos dos pés do outro a esgalharem para as laterais uns dos outros...

assim como quem tem uma cãibra, tás a ver????

a chorar fique eu, pk akele era dakeles k enchia a boca...

MQP diz:

Tou tou... A visão está enublada com as lágrimas do riso mas estou a ver.

Amiga Anónima diz:

e eu ali de boca cheia a apetecer-me gritar vitória, enquanto de dava a puta da vontade de rir e ter k continuar o incentivo

gaja... outra visão do infernos, só te digo

se não queres perder o tesão em momentos desses, caga lá nos dedos dos pés

e as vezes seguintes em k dei a queca, estava sempre a lembrar-me se estaria a encaracolá-los tb

k cena...

acho k fiquei com um trauma temporário, só te digo...

e foi isto...

bem...

k cena, a minha vida dava um filme

MQP diz:

Eu vou dormir com dores nos abdominais...

Amiga Anónima diz:

e o outro gritava tanto qdo se vinha k a primeira vez k se veio eu apanhei um susto k achei k morria de avc????

LLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

olha, agora sou eu k estou perdida d riso com a lembrança

MQP diz:

Estúpida!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Amiga Anónima diz:

mulher, tu não tens ideia

acho k me afectou os tímpanos até hoje

MQP diz:

Oh pá...

Amiga Anónima diz:

gritos, Mentezinha, gritos....

MQP diz:

lololololololol

Amiga Anónima diz:

lolololololololololol

bem, é o RIR

mas na altura fiquei tão assustada, anda por cima ainda era quase virgem...

ó sorte...

este último só dizia, Oh, meu Deussss, oh, meu deusssss, oh, meu deussss (mas lê mesmo com a entoação no "s")

só me apetcia dar-lhe umas bolchadas no focinho para o calar k me estava a desconcentrar

ainda por cima o fdp é ateu

olha k de facto!

ainda ninguém lhe ensinou k é pecado invocar o nome do Senhor em vão?

E a vez em k a fazer um broche àquele k parecia o monumento a Washington, k tal era o entusiasmo, esqueci-me k tinha a pastilha na boca e quando acabei, tinha a pastilha toda derretida, agarrada ao cabelo??????

tenh cá para mim, k a minha boca atinge temperaturas tropicais em momento brochista

e o desespero entre o rir-me e o esconder do outro a situação?

lololololol

até choro a rir qdo me lembro

MQP diz:

ai, k caraças...

Amiga Anónima diz:

Caraças digo eu!!!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

LEMBRO-ME...


Toda a gente já teve o seu coração despedaçado. Toda a gente já perdeu um grande amor. Toda a gente conhece a sensação de sentir que nunca mais vai conseguir respirar porque sabe que os seus lábios nunca mais vão tocar aqueles lábios. A sensação de asfixia. O aperto no peito. A dor que parece inesgotável. O adormecer e acordar com um único pensamento.

Uma vez senti isso. Entrou na minha vida e instalou-se com a delicadeza de um furacão e saiu passado um ano deixando o cenário de devastação próprio desses fenómenos naturais.

Lembro-me de chorar horas e dias. Lembro-me de me fechar horas e dias a fio em casa. De não comer e de não dormir e de só pensar que queria adormecer para poder ter nem que fosse meia-hora de paz. Lembro-me de me programar todas as manhãs para não sentir. De treinar a minha cara sem expressão ao espelho para não demonstrar qualquer emoção às pessoas que insistiam em colocar um redoma ao meu redor esquecendo-se, na sua boa vontade, que a dor estava entranhada em mim e não a circular à minha volta.

Lembro-me de uma tarde – deve estar agora a fazer 8 anos – em que saí do escritório e conduzi. Conduzi centenas de quilómetros no meu citroen acabadinho de comprar, esquecida da premissa de que a dor estava em mim e que eu não podia fugir dela. Centenas de quilómetros depois, acabei praticamente de onde sai. Sentada a chorar copiosamente no passeio de um parque de estacionamento público. Exausta, sem forças e sem saber para onde ir. Parecia quando se tira o ar a um balão e ele não consegue mais erguer-se e voar. Lembro-me da saia branca e azul que usava. O top de alcinhas. As sandálias beges com a mala de mão a condizer. Não sei quanto tempo fiquei ali a olhar para a matrícula do carro e a chorar até ter ligado para casa a pedirem que me viessem buscar. Não para a minha casa onde eu adivinhava que já estariam mais 1 ou 2 amigos à espera para me ‘animarem’ e não me deixarem pensar. Liguei para Casa!

O meu pai apareceu pouco depois. Não me lembro como fui para casa. Se conduzi, se foi a S que levou o meu carro, se levei o carro de todo. Não me lembro…

Lembro-me que já me teria acalmado quando cheguei a casa deles e parado de chorar, mas quando estava no alpendre para entrar, algo aconteceu e debulhei-me em lágrimas outra vez.

Lembro-me que o meu pai me deu o braço e andámos. Andámos muito tempo pelos campos em volta da casa. Lembro-me que ele me falou de corações partidos e de como sabia que eu jamais acreditaria nele naquele momento quando ele me dissesse que o tempo ia amenizar aquela dor. E lembro-me que olhei para ele e pensei que estava na hora de recomeçar a minha vida e muito depressinha. É que eu tinha posto um homenzarrão de 1,85 m, só de calções e havaianas, a passear no meio de campos (e o meu Pai era mesmo um homem de mar), com um braço dado comigo e no outro braço, muito aconchegada junto ao cotovelo, a minha malinha bege repousava delicadamente. Lembro-me de olhar para ele e pensar que ser Pai era aquilo: nem pensar nas figuras que se está a fazer enquanto uma das nossas crias sofre.

Lembro-me hoje disto e sei que ele tinha razão: o tempo suaviza as dores dor coração partido. O tempo deixa-nos as recordações que com o seu decorrer nos fazem sorrir. Mas hoje quando me lembrei disto não sei porquê, não foi o coração partido e já tantas vezes remendado que me doeu, foram as saudades de ouvir o homemzarrão perguntar quando entrava em casa: “Então, miúda, já chegaste?” quando eu estava bem à sua frente.

AINDA DOS TAMANHOS E TEM BOLINHA VERMELHA. DEPOIS NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI!!!!


Conversa no msn com amiga que vai ficar no anonimato por motivos que vão rapidamente compreender. Confesso que me dói a barriga de tanto rir e arrisco com esta transcrição a arruinar a convicção de que as mulheres não falam de sexo. Mas é bom demais para resistir:

Amiga Anónima diz:
e miga... sobre akele texto dos tamanhos....
sorry... mas interessa sim miga...
MQP diz:
Se for um tamanho normal, interessa para quê?
Amiga Anónima diz:
pior do k fazer um broche a um gajo de pila pekena e sentir akela corrente de ar toda na boca só morte de mãe
MQP diz:
AHAHAHHAHAHHAHAHAHAHHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHA
Amiga Anónima diz:
sim, mas k a maioria do gajedo repara, pois lá isso repara
eu já tive um e sei
MQP diz:
Desculpa ainda estou a rir à gargalhada.
Amiga Anónima diz:
é HORRÍVEL coitado
e como uma desgraça nunca vem só....
ainda tinha o formato de cabeça de cobra, largo na base e uma cabeça estreita de dar dó....
fazer um broche àquilo era como fazer exercícios com a boquinha para tirar as rugas
k deprimente
e digo-to eu k sou a brochista mor
mas assim.... num dá miga
MQP diz:
AHAHAHAHAHHAHAHAHA
PÁRA
já me dói a barriga!!!!!!!!!!!!!!
Amiga Anónima diz:
até me apetecia chorar mas entretanto a vontade de arrotar era tanta com a corrente de ar k tinha entrado k nem dava espaço para a lágrima no olho
pila assim, só deve ser boa para sexo anal
começa fino e vai alargando
lol
Agora, ter um cabeção, numa pila direita, larga, grande e lustrosa, qual monumento a washington....
ah, minha amiga... só te digo k foi a hora e meia brochista mais fantástica da vida
oh, coisa boa
Claro k para manter a saúde, convém manter o cú a un bons 250 metros dela
MQP diz:
tu vais direitinha para o meu blog.
MQP diz:
Tens noção disso não tens?
Amiga Anónima diz:
tenho k hei-de eu fazer?
lol
mas juro-te k é mesmo a minha opinião...
k me perdoem os gajos de pilas ridiculamente pequenas....
MQP diz:
Tu matas-me
Amiga Anónima diz:
eu?
mulher, eu só estou a ser sincera
MQP diz:
Tou a editar texto...
E a rir à gargalhada.
Amiga Anónima diz:
eu k ei k sou assim, imagina o meu pânico cada vez k vou ser apresentada a uma nova (graças a Deus só acontece de anos em anos, coisa k eu já acho k faço de propósito para evitar o desgosto)...
eu toda entusiasmada e a pegar-me com os santos para não ver o próprio do David de Michelângelo à minha frente
pk eu sinto-me a morrer...
e nem tenho modo de disfarçar
é superior a mim
lololol
imagina a cena, eu já de boca escancarada para um corneto e sair-me um calipo
Livra!!!!
Só com os nervos da antecipação é cá um sofrimento
eu cá defendo a ideia k os gajos deviam trazer uma chapa com tamanho e diâmetro à laia de grupo de sangue
era isso

A MIÚDA QUE HÁ EM MIM

Às vezes, dou comigo a pensar em pessoas que já fizeram parte da minha vida. Dou por mim a recordar momentos, cores, sabores, odores. Dou por mim a repetir frases e expressões que usei ou que foram usadas há muitos anos e dou por mim a sorrir.

Por vezes, são as sensações que me assolam que criam uma sensação de dejá vu. Aquele aperto na garganta quando sabia que a nota da frequência iria ser miserável. As borboletas no estômago quando ele entrava no bar. A falta de ar de tanto rir. A sensação de competição num jogo de cartas ou de volleyball ou de dardos. A sensação daqueles segundos que antecedem um primeiro beijo.

Outras vezes, são as texturas que me transportam para quem já fui.

Porque é que me lembrei disto hoje? Porque hoje disse: encaracolar os dedos dos pés…

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

BREAKING NEWS

A meio do jornal da 2:, durante uma reportagem sobre o fulano que raptou a miúda de 11 anos que apareceu agora, passado 18 anos, a emissão é interrompida e passa um sketch do programa do Nuno Markl. Esteve o programa do Markl durante cerca de 3 minutos antes de retomarem o telejornal. Durante 3 minutos ninguém deu conta, o que só reforça aquela minha antiga convicção: eu sou mesmo a única pessoa que vê aquele canal. É que nem quem faz a programação, está a ver!

E…

Quando olho pela janela e vejo a noite, lembro-me que há um mês, a esta hora, estava na praia com sol, e não posso deixar de sentir um aperto no coração e de começar a suspirar com a nostalgia do final de Verão.

AGORA, SIM: VOLTEI!

O cheiro é talvez o sentido mais apurado que eu tenho. Por vezes, sinto-me quase canina na forma como consigo distinguir os aromas. Como tal, se há coisa com a qual sou esquisitíssima - embora adore - são perfumes. Sou mesmo alérgica a determinadas fragrâncias o que já me causou muito desgosto na vida por não poder usar perfumes que adoro.

Outra coisa que adoro é o sentimento de regresso de férias. Faz-me sempre recordar quando as aulas começavam e estávamos naquela altura do ano em que escolhíamos os cadernos e as mochilas e a roupa para o novo ano escolar.

E cá estava eu, hoje, com essa sensação de recomeço e sem nada para comprar quando me tentaram… Tentaram a minha sensação de novo com perfumes novos. E eu gosto que me tentem e se há algo a que eu não resisto são tentações.

Só assim se explica – assim e com a conversa do jantar de sábado que me deixou com vontade disto mesmo – que eu tenha comprado, não um mas, dois perfumes.
A tentação do novo misturada com a nostalgia das recordações…
Lembro-me de quando usava o One. Lembro-me, ainda sinto no nariz, o cheiro do perfume misturado com o cheiro de cabedal. Lembro-me de como se impregnava no meu cabelo, muito comprido na altura. Lembro-me do frasco de 100 ml a espatifar-se na tua casa-de-banho, Shana. O One lembra-me esse tempo, há 16/17 anos (porra!) em que não havia preocupações de monta maior além de onde ir na sexta-feira à noite e quem é que iria também. Lembra-me a tuna e o bar do Perry (agora aquilo é chique, n’é?). Lembra-me Cuba e piñas coladas. Lembra-me primeiros amores e ‘mudanças de móveis’ na casa da Rua Castilho.

O Scarlett é novo. Saiu agora.

Apaixonei-me primeiro pelo nome. Faz-me lembrar a Vivien Leigh a fazer vestidos a partir de cortinados naquilo que podemos considerar o verdadeiro recomeço. Faz-me lembrar a mesma Vivien a atirar-se aos pés do Clark Gable, em soluços, suplicando: “Rhett, Rhett... Rhett, if you go, where shall I go? What shall I do?” Enquanto, ele a despreza com uma das melhores falas de cinema de todo o sempre e que qualquer humano espera ter a hipótese de usar um dia: “Frankly, my dear, I don't give a damn.” E faz-me lembrar que apesar disso, ela não só sobreviveu como se ergueu e seguiu a sua vida.

Apaixonei-me depois pela embalagem. A imitação da delicada renda ou da frágil madrepérola que apesar de tudo resiste ao passar do tempo e das gerações. Que mais podemos nós querer para os recomeços senão algo que seja bonito, delicado e que dure? Ou que, pelo menos, seja infinito enquanto dure…

E assim, sem cadernos novos, mas com a nostalgia e a expectativa em forma de essência, abro as hostilidades para o novo ano que se adivinha (tenho sempre mais a sensação de ano novo em Setembro do que em Janeiro…) e confesso que estou desejosa de que os jogos comecem.

ATÉ ESTA HORA...


E de volta ao escritório, tenho a relatar:

Casos de Gripe A confirmados: 1

Equipa de futebol feminino: De quarentena

Alunos de Alemão: De quarentena

Conclusão: O problema está nas actividades extra-laborais!