O cheiro é talvez o sentido mais apurado que eu tenho. Por vezes, sinto-me quase canina na forma como consigo distinguir os aromas. Como tal, se há coisa com a qual sou esquisitíssima - embora adore - são perfumes. Sou mesmo alérgica a determinadas fragrâncias o que já me causou muito desgosto na vida por não poder usar perfumes que adoro.
Outra coisa que adoro é o sentimento de regresso de férias. Faz-me sempre recordar quando as aulas começavam e estávamos naquela altura do ano em que escolhíamos os cadernos e as mochilas e a roupa para o novo ano escolar.
E cá estava eu, hoje, com essa sensação de recomeço e sem nada para comprar quando me tentaram… Tentaram a minha sensação de novo com perfumes novos. E eu gosto que me tentem e se há algo a que eu não resisto são tentações.
Só assim se explica – assim e com a conversa do jantar de sábado que me deixou com vontade disto mesmo – que eu tenha comprado, não um mas, dois perfumes.
A tentação do novo misturada com a nostalgia das recordações…
Lembro-me de quando usava o One. Lembro-me, ainda sinto no nariz, o cheiro do perfume misturado com o cheiro de cabedal. Lembro-me de como se impregnava no meu cabelo, muito comprido na altura. Lembro-me do frasco de 100 ml a espatifar-se na tua casa-de-banho, Shana. O One lembra-me esse tempo, há 16/17 anos (porra!) em que não havia preocupações de monta maior além de onde ir na sexta-feira à noite e quem é que iria também. Lembra-me a tuna e o bar do Perry (agora aquilo é chique, n’é?). Lembra-me Cuba e piñas coladas. Lembra-me primeiros amores e ‘mudanças de móveis’ na casa da Rua Castilho.
O Scarlett é novo. Saiu agora.
Apaixonei-me primeiro pelo nome. Faz-me lembrar a Vivien Leigh a fazer vestidos a partir de cortinados naquilo que podemos considerar o verdadeiro recomeço. Faz-me lembrar a mesma Vivien a atirar-se aos pés do Clark Gable, em soluços, suplicando: “Rhett, Rhett... Rhett, if you go, where shall I go? What shall I do?” Enquanto, ele a despreza com uma das melhores falas de cinema de todo o sempre e que qualquer humano espera ter a hipótese de usar um dia: “Frankly, my dear, I don't give a damn.” E faz-me lembrar que apesar disso, ela não só sobreviveu como se ergueu e seguiu a sua vida.
Apaixonei-me depois pela embalagem. A imitação da delicada renda ou da frágil madrepérola que apesar de tudo resiste ao passar do tempo e das gerações. Que mais podemos nós querer para os recomeços senão algo que seja bonito, delicado e que dure? Ou que, pelo menos, seja infinito enquanto dure…
E assim, sem cadernos novos, mas com a nostalgia e a expectativa em forma de essência, abro as hostilidades para o novo ano que se adivinha (tenho sempre mais a sensação de ano novo em Setembro do que em Janeiro…) e confesso que estou desejosa de que os jogos comecem.
Outra coisa que adoro é o sentimento de regresso de férias. Faz-me sempre recordar quando as aulas começavam e estávamos naquela altura do ano em que escolhíamos os cadernos e as mochilas e a roupa para o novo ano escolar.
E cá estava eu, hoje, com essa sensação de recomeço e sem nada para comprar quando me tentaram… Tentaram a minha sensação de novo com perfumes novos. E eu gosto que me tentem e se há algo a que eu não resisto são tentações.
Só assim se explica – assim e com a conversa do jantar de sábado que me deixou com vontade disto mesmo – que eu tenha comprado, não um mas, dois perfumes.
A tentação do novo misturada com a nostalgia das recordações…
Lembro-me de quando usava o One. Lembro-me, ainda sinto no nariz, o cheiro do perfume misturado com o cheiro de cabedal. Lembro-me de como se impregnava no meu cabelo, muito comprido na altura. Lembro-me do frasco de 100 ml a espatifar-se na tua casa-de-banho, Shana. O One lembra-me esse tempo, há 16/17 anos (porra!) em que não havia preocupações de monta maior além de onde ir na sexta-feira à noite e quem é que iria também. Lembra-me a tuna e o bar do Perry (agora aquilo é chique, n’é?). Lembra-me Cuba e piñas coladas. Lembra-me primeiros amores e ‘mudanças de móveis’ na casa da Rua Castilho.
O Scarlett é novo. Saiu agora.
Apaixonei-me primeiro pelo nome. Faz-me lembrar a Vivien Leigh a fazer vestidos a partir de cortinados naquilo que podemos considerar o verdadeiro recomeço. Faz-me lembrar a mesma Vivien a atirar-se aos pés do Clark Gable, em soluços, suplicando: “Rhett, Rhett... Rhett, if you go, where shall I go? What shall I do?” Enquanto, ele a despreza com uma das melhores falas de cinema de todo o sempre e que qualquer humano espera ter a hipótese de usar um dia: “Frankly, my dear, I don't give a damn.” E faz-me lembrar que apesar disso, ela não só sobreviveu como se ergueu e seguiu a sua vida.
Apaixonei-me depois pela embalagem. A imitação da delicada renda ou da frágil madrepérola que apesar de tudo resiste ao passar do tempo e das gerações. Que mais podemos nós querer para os recomeços senão algo que seja bonito, delicado e que dure? Ou que, pelo menos, seja infinito enquanto dure…
E assim, sem cadernos novos, mas com a nostalgia e a expectativa em forma de essência, abro as hostilidades para o novo ano que se adivinha (tenho sempre mais a sensação de ano novo em Setembro do que em Janeiro…) e confesso que estou desejosa de que os jogos comecem.
7 comentários:
You are very dangerous my dear!
agora deixaste-me melancolica!E sem vontade de empregar terminologia finaceira na reunião que teria daqui a uns minutos...só consigo pensar num conceito que sempre me encantou desde a primeira das 100 vezes que vio o filme, You've got mail...
"would send you a bouquet of newly sharpened pencils if I knew your name and address"...
Já agora, conheces o novo da Vera Wang...só o encontrei uma vez e não o comprei e agora penso nele a toda a hora, mas tenho alguma duvida se me terá ficado gravado pelo cheiro em si ou pela viagem que mo deu a conhecer...
Cheiros…
…Da madrugada…
…Chuva na terra quente…
…Rosmaninho…
…Cheiros!
"On the other hand, this not knowing has its charms."
Tantas frases desse filme que me fazem sorrir... Com ternura...
Não conheço o da Vera Wang. Mas acho que a Sephora tem perfumes dela, Carrie.
Mário, tantos, tantos, tanto...
MQP...tu não páras de me surpreender miuda!
Penseiq ue só eu tinha visto esse filme mais do que uma vez e memorizado deixas....
Obg pela dica da Vera Wang
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