quinta-feira, 19 de abril de 2012

AI MENTE MARIA QUE ESTÁS UMA SECA!

Eu juro que, depois de tratar das senhoras de meu pais, aligeiro o tom, tá?
Falo de sexo ou assim. Talvez até partilhe uma ideia para catálogos de coisas comezinhas mas designed for making the love!

HOMENS DE MEU PAÍS, ATENTAI NISTO QUE EU NÃO ESTOU PARA ME REPETIR!*

O prefixo 'ex' quando aposto antes da palavra 'mulher' significa que já foi. Já não é mais. Over. Finito. Kaput. E o que significa isso? Assim em linhas gerais...

1) A relação esticou os alicates. Morreu. Deu o peido mestre. No longer exists!

2) Nada impede que fiquem amigos. Nada. Mas se é para serem amigos têm que esquecer toda a parte emocionalóamorosa que tiveram antes. Não dá para trazer ressabianços para uma relação de amizade, tá?

3) Se a ex vos chama lá a casa e decide receber-vos de lingerie alegando o calor dos 7 demónios do vulcão Titubicutica e vos salta para cima, é permitido aos senhores dizer "Ah não, muito obrigado!" Podem até acrescentar um "Já jantei". Funciona sempre como desbloqueador de conversa e dissipa qualquer constrangimento que possa ter surgido. Este ponto é particularmente importante porque há senhores que têm reacções Pavlovianas à comida. Basicamente, acham que se comeram bife uma vez, cada vez que vêem bife é para comer. Errado! Há peixe. Há marisco. Há soja. E há, inclusive, alturas em que não apetece mais bife. Se não vos apetecer. Não comam. Comer contrariado dá azo a indigestões do caraças.

4) Se a coisa se finou, se não quereis manter nenhum tipo de relação com a acima mencionada Senhora Ex, não soides obrigados (a gerência ressalva aqui o caso de ex-casais com filhos, caso em que estais absolutamente fodidos que aquilo é para a vida mas ainda assim, há sérias diferenças entre civilismo** e servilismo). Não queiram manter relações para ficarem bem na fotografias. Essas não são verdadeiras e, tal como no item anterior, têm tendência a causar problemas estomacais.

5) E, por fim, meus senhores, lembrem-se que um golpe limpo e conciso tem menos probabilidades de infectar e de deixar grandes cicatrizes. Sim, eu explico: se não querem nenhuma ligação com a senhora, se não tencionam ficar amigos yadayadayada, clean break. Nada de andarem ali no chove-não-molha. Não há nada pior que a ilusão de uma esperança inexistente. Mói. Cria animosidade. Fere.

O fim de uma relação é sempre uma coisa que magoa todas as partes envolvidas. Pensem que, se vos custa, à outra parte não deve custar menos. Minimizem a dor. E, sim, é possível. Good night and good luck.

E, amanhã, falo para as senhoras que eu a essas tenho sempre muito mais para dizer. 

*Partindo do pressuposto que o break-up foi decisão vossa. Ou não. Leiam como vos aprouver.
**Shiuuu... Pode ser que passe.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O AMOR É, AGORA, UM LUGAR ESTRANHO

Se há coisa que a crise fez, foi fazer-nos redesenhar o nosso modelo de relações amorosas (podia tentar expandir isto a todas as relações mas estou no comboio e isto não se pode alongar muito que eu ainda se me enjoo).

Numa época em que o nosso governo nos aconselha a emigrar, cada vez mais casais optam por experimentar a vida noutras paragens. Como é que isso se faz? Vai um e o outro fica. Salvo raras excepções, este é o primeiro passo, pois nunca se experimenta a profundidade de um rio com os dois pés*.

O que resta, então, a estes exploradores dos tempos modernos? Ou acabam as relações que têm e optam por uma carreira a solo. Ou a relação adapta-se a esta nova realidade, o que nos leva a coisas como: um casal acorda juntos em Oeiras, toma café e ele deixa-a na estação para ela ir para outra cidade no seu caminho para o aeroporto. E se, há uns tempos, esta seria a situação de excepção, agora esta é a regra. Despedem-se como qualquer casal que vai trabalhar e se reencontra em casa ao fim do dia. A diferença é que, no final do dia, cada um deles ir dormir noutra cama, noutra casa, talvez até, noutro país.

Mas, agora, levanta-se outra questão. Durante décadas, ouvimos a máxima de que as relações à distância não resultam. Mas também há os escritores que defendem que a distância está para o amor como o vento está para o fogo**. Em que ficamos? Será que esta reformulação das relações amorosos vai ser uma fábrica de amores impossíveis à Lá Romeu e Julieta? Ou conseguirá quem, efectivamente, tiver a vontade e a resiliência suplantar todos os obstáculos e fazer a relação vingar? Poderão todos os planos feitos, no tempo em que estão juntos, alimentar a esperança e preencher as horas de camas vazias?

*Provérbio africano
**Roger Bussy-Rabutin

segunda-feira, 2 de abril de 2012