É só um blog mas foi onde passei mais de dois anos a escrever (quase) diariamente.
É só um blog mas foi onde encontrei amigos que hoje são de carne e osso.
É só um blog mas foi onde chorei a operação do meu filho e recuperei da minha (não, não saltaram esse post, eu nunca escrevi sobre isso).
É só um blog mas foi onde vivi a doença e a morte do meu pai.
É só um blog mas foi onde ri perdidamente e discuti apaixonadamente.
É só um blog mas eu pensava que me iria acompanhar por muitos e bons anos.
No entanto, quando a nossa vida real começa a ser julgada pelo que se escreve na blogosfera, temos que relativizar as coisas. Quando temos que pensar duas vezes antes de escrever uma frase, é chegada a altura de reflectir sobre o que queremos fazer. Quando concluimos que há pessoas que levam o nosso blog mais a sério do que nós mesmos, está na hora de seguirmos o nosso caminho.
Eu já deixei um blog antes. Deixei sem me despedir ou dizer fosse o que fosse. Ele lá continua, abandonado como um destroço perdido do Titanic. Eu arrependo-me de não me ter despedido, por isso mesmo, porque é importante aprendermos com os erros do passado, antes de seguir, não podia deixar de agradecer a todos os que me acompanharam nesta viagem. Foi um prazer ter-vos ao meu lado.
Não podia também deixar de agradecer à(s) pessoa(s) que nas últimas duas semanas realizaram o sonho antigo ao presentearem-me com aquilo que nunca tive: hate mail! Toda a gente sabe que eu me queixava que era sempre bem tratada. Mas, antes de acabar com o blog, alguém lá em cima deve ter ouvido as minhas preces e decidiu que o melhor da vida era inventar um romance escaldante entre mim e outro blogger. Ora para a(s) menina(s) a quem este romance tórrido e picante está a incomodar, eu tenho a dizer que embora o
Pipoco seja a réplica exacta do George Clooney
(sim, eu sei como ele é... Nhã nhã nhã nhã nhã... E agora, o Pipoco que as ature!), toda a gente com dois dedos de testa sabe que a Mente Quase Perigosa teve um romance escaldante e atribulado, sim, mas com o pai dele!
Vocês estão a ver porque é que eu tenho pena de este blog ter que acabar? Eu acho que nem imaginam o quanto me diverti aqui... É que isto era uma novela muito melhor do que a da Princesa. O blog em si era, ele sim, uma novela digna do Pedro Camacho com as suas personagens e enredos trocados.
E eu, que tinha prometido a mim mesma não alongar este post, vejo-me a inventar assunto para não ter que o acabar.
Um blog é só um blog mas dou comigo com lágrimas nos olhos a pensar que afinal existem mesmo amores impossíveis e que, às vezes, amar não basta. Porque por muito que eu goste, eu vou ter que partir...
Um blog é só um blog e este blog terá apenas mais um post, hoje à noite. Depois disso, a gente vê-se por aí. Façam-me o favor de ser muito felizes.