É chegar a casa, depois do exame, ligar o PC.
Desejar feliz aniversário a alguém sem saber muito bem se se acertou no dia.
Sair para o quintal para fumar um cigarro debaixo das estrelas.
Voltar a entrar para ir buscar um chapéu-de-chuva.
Sair novamente e tentar assassinar uma cobra bébé, que se passeia alegremente no alpendre, enquanto nos tentamos lembrar das recomendações de uma avó campestre que dizia que era preciso cortar a cabeça.
Tentar lembrarmo-nos se isso era em relação às cobras ou aos lagartos enquanto o duelo continua.
Decidir que, pelo sim pelo não, optamos mesmo pela decapitação.
Anotar mentalmente que temos que por lampadas mais fortes lá fora que aquelas são tão fraquinhas que não conseguimos distinguir de que lado fica a porra da cabeça da cobra.
Reduzirmo-nos à nossa insignificância e aceitarmos a nossa incapacidade como serial killers.
Convencer a cobra a enrolar-se no bico do chapéu-de-chuva com argumentos inenarráveis mesmo num blog pouco familiar.
Atingir os nossos objectivos.
Atirar a cobra para fora do quintal, enquanto se reza a todos os santinhos, para que a gaija não decida voltar, acompanhada da familia toda, para fazer uma manifestação de desagrado no jardim.
Voltar para dentro e continuar a responder a e-mails como se, efectivamente, o meu dia-a-dia por norma fosse lidar com cobras nas savanas africanas e aquilo que acabara de acontecer fosse absolutamente normal.
3 comentários:
Quando menos deres conta tens as familias todas de cobras ai da redondeza junto à Câmara ai do burgo a pedir casa porque tu foste violenta e não querem voltar para o campo :))))) (agora fui má).
ai que medo...
que eu nem a olhava segunda vez...
eu tenho um medo irracional desses bichos, grandes ou pequenos.
gabo-te a coragem
E só agora reparei...na estória do exame! Correu bem? Certo de q sim.
Enviar um comentário