Ela: Tu sabes que estas coisas não me aconteciam antes de te conhecer!!!
Eu: Não? Olha, a mim acontecem-me sempre!
Ela: Oh pá, tens noção que ainda estou a tremer, certo?
Eu: Hum hum…
Ela: Isto só aconteceu porque estou ao telefone contigo…
Eu: Pois…
Ela: Tu sabes que estas coisas não acontecem às pessoas normais, não sabes?
Eu: …
Ela: Claro que não sabes… Tu não sabes o que são pessoas normais. E alguém que faça exorcismos? Conheces?
Eu: Por acaso, sim! Mas foge de mim… A única vez que vi a criatura, ele bateu com os olhos em mim, enfiou-se no consultório e só voltou a entreabrir a porta ligeiramente para olhar cá para fora na esperança de que eu me tivesse ido embora…
Ela: Óbvio… E porque que não me surpreende que o próprio exorcista tenha medo de ti?
E o que eu acho piada é que ela não acredita em coisas do Além, nem sobrenaturais, nem reencarnação, nem after-life. Acredita piamente que eu sou estranha. Nisso, ela acredita. Ri-se porque adivinho as coisas mais mirabolantes e imprevisíveis. Abisma-se um pouco quando tropeço acidentalmente nos segredos mais bem guardados. Diz ‘porra’ quando está a pensar em mim e eu lhe ligo (ela não sabe que há uma com quem eu faço o contrário: penso nela para ela me ligar. É que ela não paga chamadas para vodafone!). E hoje, de manhã, acagaçou-se big time (mas desta vez, até acho que não teve nada a ver comigo. But then again, eu acho sempre que esta coisa dos ‘feelings’ nunca tem nada a ver comigo).
Eu aposto sempre naquela teoria dos não sei quantos % do nosso cérebro que não são usados. Talvez eu use mais uns % do que algumas pessoas. E é algo tão natural que não lhe dedico qualquer tempo a analisar. Só quando o pessoal à minha volta começa a praguejar violentamente é que eu me lembro que talvez não seja tão natural para os outros. Mas vai daí também não conheço muita gente que tivesse sessões de mesa de pé de galo a decorrer às sextas-feiras, na sua casa, enquanto cresciam. Ou que tivesse o ombro deslocado e tratado por um curandeiro. Ou que tivesse dormido com uma medalha dada por uma bruxa cosida na almofada até à adolescência sem que o soubesse. Ou a quem ensinassem pequenos feitiços quase desde que nasceu. Ou a quem as tias convidassem para sessões espíritas. Ou que assistisse a discussões infindáveis acerca da veracidade/viabilidade das viagens astrais.
No entanto, eu continuo a apostar na tal percentagem do cérebro que não usamos. Porque se eu apostasse noutras coisas, eu não as saberia explicar e eu tenho certas dificuldades em experienciar coisas inexplicáveis. Portanto, cá vou continuando com a minha estatística mental. Sossegadamente, sem racionalizar muito. Apenas com 2 certezas: mesas de pé de galo, não, muito obrigada. Sessões de meditação? Ide vocês e depois contem-me como foi que eu só fui a uma e se aquilo é suposto acalmar, não é a mim, de certeza.
8 comentários:
Que é como quem diz, yo no creo en brujas, pero, desde que te conheci, que las hay, las hay
Vái de metro satanás!
Estás a falar de mim, Fusão?
Eu sou tão boazinha...
Não te queixes, Tereza. Já viste que és uma pessoa muito mais crente desde que me conheceste?
Encontraste a fé, foi o que foi.
É contigo pois,.......e detesto boazinhas. As boazinhas vão para o ceu as mázinhas vão para todo o lado.
Fusão, não eram as da SHELL???
Agora vou ali escrever uma carta e já venho.
Fusão, eu vou a todo lado! Até costumo dizer que sou do verbo 'ir'.
(Oba!!! O Sérgio foi escrever uma carta!!!)
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