Tinha medo da desilusão. Muitas vezes quando voltamos a percorrer um caminho que deixámos para trás, sentimos o gosto da insatisfação. Eu não queria isso. Até resisti durante uns tempos. Ponderei se deveria fazê-lo ou não. Via-o todos os dias a provocar-me. Passava por ele e sentia que me chamava. Que me pedia que cedesse. Eu sabia que o faria mas tentava resistir. Também sabia o que faria quando cedesse. Iria saboreá-lo com todo o vagar. Iria fazer as inevitáveis comparações que anos e anos de separação nos impõem. Iria tomá-lo na minha boca e deixar que a minha língua lhe tomasse o gosto enquanto avaliava se era esse o gosto que me lembrava. Iria lambê-lo desde a base até à ponta. Também sabia que com a demora, o creme branco iria escorrer pelas minhas mãos e eu acabaria a lamber os dedos, tal como já tantas vezes o tinha feito, e que, na minha boca, iria ficar no final aquele gosto amargo e doce em simultâneo.
Hoje comi-o pela primeira vez desde há muitos anos.
E tirando o tom ligeiramente mais esverdeado na sua cor, ele está exactamente como eu me lembrava.
3 comentários:
Ai o Fizz limão! Que delícia ... nham nham
beijos refrescantes
E eu que ainda não tive oportunidade de o voltar a saborear...
Nem imaginam que bom que foi!!!
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