“Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.”
(Fernando Pessoa)
Hoje decidi ressuscitar uma arte milenar que tanto riso e tanta lágrima já trouxe a gerações infindas.
A coisa começou aqui há umas semanas à laia de desafio: “Ah… Agora mandam-se encomendas e já nem um bilhetinho as acompanha?”
A chamada de atenção fazia todo o sentido. E como forma de me desculpar atirei a promessa de uma carta. Uma carta ‘à séria’.
Esmerei-me. Mas esmerei-me com a prata da casa. Com os envelopes que agora têm todos janelas colocando um remendo. Com papel bonito.
Mas na resposta esmeraram-se mais. Não havia remendo no envelope. O papel imaculado de gramagem certa combinava com a tinta negra da caneta numa caligrafia irrepreensível.
No meio das duas páginas A4 manuscritas, o comentário ao remendo na janela do envelope.
Toda a gente sabe que me irritam as mesquinhices. Principalmente, se tenho que dar a mão à palmatória.
Vai daí, Peixa Maria (que a continuar a falar tantas vezes na 3ª pessoa, ainda acaba convocada para jogar na África do Sul em Junho), tirou-se de seus cuidados e calcorreou toda a xafarica de toda uma cidade média. Só ao fim de uma hora, o objectivo foi conseguido.
Tenho ali na minha pasta linda, nada mais nada menos, que dois conjuntos daqueles de papel de carta que todos tivemos em miúdos. Perfumados e com coração no envelope e tudo. Para intervalar a piroseira, o papel da gramagem certa também lá foi colocado assim como envelopes de várias cores. Aliados às canetas de tinta permanente com cartuchos sépia e violeta, vamos lá ver se na volta do correio ainda se arranjará alguma criticazinha.
Fora a picardia… Que tal usarmos isto como um desafio? Que tal todos nós (eu vou, de certeza, mas enfim…) fazermos uma pausa na fast communication e escolhermos alguém a quem endereçar uma carta até ao final do mês?
Se não tiverem ninguém, até vos dou a minha morada e prometo que respondo e tudo.
Vamos ressuscitar o sorriso ao abrir a caixa do correio. Vamos reviver a ansiedade da resposta que demora mais de 24h. Vamos voltar a conhecer as pessoas pela sua caligrafia. Vamos dar, novamente, sentido ao Post Scriptum…
E, já agora, se não der muito trabalhinho, depois contem-me lá se foi tão bom para vocês como foi para mim…
7 comentários:
Aceito. Mas não escrevo à mão, que tenho uma letra HORROROSA. Vale, mesmo assim?
Miuda....o problema é que se o destinario for como eu que passo semanas, até meses sem ir à caixa de correio!!
O meu ex uma vez deixou-me um convite todo romantico acompanhado por um Cd de Michael Buble no correio...e estraguei a surpresa porque ao fim de dois dias ele teve de me pedir para à caixa de correio!!! LOL
à Excepção do jornal a Dica aquele do lidl....não recebo nada no correio que já não tenha sido debitado da conta! LOL
Miuda....o problema é que se o destinario for como eu que passo semanas, até meses sem ir à caixa de correio!!
O meu ex uma vez deixou-me um convite todo romantico acompanhado por um Cd de Michael Buble no correio...e estraguei a surpresa porque ao fim de dois dias ele teve de me pedir para à caixa de correio!!! LOL
à Excepção do jornal a Dica aquele do lidl....não recebo nada no correio que já não tenha sido debitado da conta! LOL
Oh! Lembraste-te da caneta de tinta permanente!... Sou passado por esse talismã! Às tantas ainda te escrevo a ti... Haverão poucos mais que me mereçam a -para alguns- picardia... :)))
Cy, e eu respondo!!!
Carrie, o objectivo é retirar esse estigma da desgraçada da caixa do correio e faze-la (mais) um lugar onde podemos ser felizes e sorrir!
Luzinha, não sejas batoteira!!!
Qual era a piada se não fosse manuscrita?
Enviar um comentário