A crise sente-se.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
AFINAL A CRISE É FÁCIL DE RESOLVER
A crise sente-se.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
EU TINHA QUE PERGUNTAR...
domingo, 17 de maio de 2009
UM HOMEM FAZ FALTA EM CASA?
Há uns dias, uma amiga dizia-me (a propósito da montagem de um caixote do lixo) que um homem faz muita falta para essas coisas.
Eu confesso que não me faz. Sempre fiz tudo sozinha (talvez devido ao facto de nenhum dos homens com quem me relacionei ter o mínimo jeito para trabalhos manuais) e quando havia algo mais complicado, bastava um telefonema e o pai aparecia para socorrer a sua menina pelas suas próprias mãos (porque esse sim, era o maior engenhocas à face da terra) ou com o número milagroso de alguém que o faria por ele, sob a sua atenta supervisão, óbvio. Ele próprio costumava gozar comigo pela minha escolha de homens. Dizia que parecia que eu fazia de propósito, que os escolhia por terem menos jeito que eu para reparar fosse o que fosse.
Noto que a vida se torna mais complicada sem ele nas pequenas coisas do dia-a-dia.
A botija do gás deve estar a acabar mais dia menos dia e eu nem sonho onde possa estar o número milagroso que faz com que venha um senhor cá a casa trocar a vazia por uma cheia. Vá lá, que já descobri o número do homem da água, pelo que o pior que pode acontecer é tomar banho de água fria ad eternum. E porquê? Porque quando ele cá estava, as botijas apareciam sozinhas. Ou pelo menos, assim parecia…
Outro exemplo. Decidi ontem que hoje havíamos de comer peixe grelhado hoje. O tempo está lindo e bom tempo é sinónimo de grelha a funcionar e peixe ou carne lá em cima com uma bela de uma salada à espera na mesa.
Quando cá estava o homem da casa ao lado, eu dizia ‘vamos comer peixe grelhado no Domingo?’ e a coisa acontecia! Por volta desta hora começava a sentir as movimentações na minha porta das traseiras e sabia que precisava de atirar umas batatas com casca para a panela e fazer uma salada. Vá… Talvez pusesse a mesa antes de ir beber uma mini com ele lá fora… E à uma da tarde, milagrosamente, o peixe ou a carne apareceria na mesa. Sem espinhas (metaforicamente, claro, que se eu lhe dissesse para tirar as espinhas ao meu peixe, de certezinha que ele me mandava a qualquer sitio para onde não deve ser muito pedagógico mandar uma filha)!
Toda a logistica era tratada por ele: ía à praça, comprava o peixe, tratava de o salgar, de acender o grelhador, de grelhar os bicharocos e voilá!
Ora, quando decidi que hoje era dia de peixe grelhado, fui à procura de onde o grelhar. Encontrei o seu self-made barbecue. Infelizmente, quando construiu a cena, não escreveu o manual de instruções e, depois de uma observação atenta (cerca de 5 segundos antes de desatar a correr para bem longe), cheguei à conclusão que devia ser mais provável os porcos voarem (com ou sem gripe) do que eu conseguir pôr a coisa a funcionar sem pegar fogo a tudo num raio de 5 kms.
Portanto, para poder comer o maldito bendito peixe grelhado que no passado bastava pedir ou sugerir, tive que ontem ir comprar um grelhador (ou será fogareiro?). Ora, gaija que é gaija não se contenta com aqueles pequenitos tipo assador de castanhas assadas, claro que não. Principalmente, se, mesmo ao lado e por poucos mais euros, estiver um daqueles com prateleiras, pegas, paneleirices a rodos e promessa de ficar bem no quintal de qualquer pessoinha. Obviamente, escolhi um desses. Depois dirigi-me à peixaria onde, depois de esperar 20 minutos com a senha do peixe arranjado na mão, decidi que estava farta de ali estar e que para arranjar peixe não devia ser preciso nenhum curso superior. Trouxe a bela da peixada as it was. Cheguei a casa e pus-me a arranjar a coisa. Vou abdicar dos pormenores aqui, ok? Ficamos só com a certeza que vale a pena esperar, certo? Depois de escamado e limpo, decidi (quem me desse com uma panela de pressão na cabeça…) que as douradas do almoço de hoje, deviam ser escaladas. Demorou tanto tempo quanto uma cirurgia cardio-toráxica de separação de siameses, mas estão escaladas.
Hoje às 9, lá estava eu defronte da bela da caixinha do grelhador/barbecue/fogareiro. Peças todas em cima da mesa, chave Philips numa mão (agora impressionei-vos, não?) e folhinha das instruções na outra. Assistente técnico a mandar palpites (esse sim, tenho cá para mim que vai ser engenhocas).
2 Horas depois, o carvão estava a ser despejado no recipiente próprio e eu estava capaz de entrar na banheira e ficar lá umas boas horas.
Vim para dentro, atirei as batatas para a panela e preparei a salada (no tempo do outro senhor, I would rest my case). Estou a olhar agora para a minha obra de arte pela janela e dentro de momentos, irei estrear-me nessa bela arte de grelhar peixe em casa…
Se um homem faz muita falta em casa? A mim não, mas o homem da casa ao lado faz-me uma falta do caraças!!!!!
sábado, 16 de maio de 2009
HOJE, E SÓ HOJE
Tenho sérias dificuldades em acreditar no destino.
Tenho sérias dificuldades em acreditar no amor.
Tenho sérias dificuldades em acreditar em finais felizes.
Olho à volta e não vejo sentido, não vejo caminho. Sinto-me em parco equilíbrio mas, curiosamente, não tenho medo de cair. A vida parece um lugar estranho onde não me encaixo mas de onde não quero sair.
Hoje, e só hoje, acredito que não há sentido em nada e que as coincidências são apenas isso. Coincidências. Sinto que toda a vida acreditei em conceitos errados e que está na altura de crescer.
Hoje, e só hoje, não acredito em almas gémeas nem telepatia nem em empatias nem em amor à primeira vista. E já que estamos neste espírito, repudio a paixão e a atracção.
Hoje, e só hoje, convenço-me de que vou deixar de me emocionar com uma música, um filme ou um livro porque nada disso é real e não vale qualquer tipo de sentimentos.
E depois… Depois recordo o sorriso do meu filho, relembro a emoção de um primeiro beijo, penso numa qualquer altura em que 2 olhares se cruzaram e o coração acelerou, ouço na minha cabeça a gargalhada de amigos, sinto a brisa quente de uma tarde de verão no meu rosto na minha língua o sabor de um vinho tinto, ouço uma música que adore e algo acontece…
A respiração acelera-se e, simultaneamente, um sorriso aflora os meus lábios e uma lágrima os meus olhos e eu sei que tudo isto é mentira porque é mais forte que eu. E eu vou sempre acreditar que tudo acontece por um motivo.
Como diria o meu bom ‘amigo’, o Visconde de Valmont: “It’s beyond my control…”
quarta-feira, 13 de maio de 2009
EU NÃO FUGI
E estou bem. Caminhando com um pé à frente do outro, um dia de cada vez.
Ando sim, a recuperar o tempo no trabalho, na faculdade e com o Projecto e não está a ser fácil conciliar todas as actividades.
Estou também a preparar a segunda parte das memórias e achei que talvez precisassem de tempo para comprar os óculitos para a vista cansada depois da 1ª edição!
:p
Estou aqui e leio-vos. Mas a tentação de pôr aqui textos mais introspectivos, por vezes, refreia-me a escrita. Eu sei que não devia, mas hesito entre escrever coisas que me/vos possam levar a meditações mais profundas e ficar-me pelo absoluto disparate. Por ora, acho que consigo lidar melhor com o segundo.
Mas não resisto a preparar um postzito para amanhã ou depois sobre a Maddie. Oh pá, desculpem lá, mas a minha veia de sindicalista reivindicativa hoje está muito exacerbada e estou toda entregue a polémicas, portanto mais uma menos uma…
quinta-feira, 7 de maio de 2009
É BOM DEMAIS...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
COMO NOS VÊEM…
É algo que por muito que digamos que não, nos afecta sempre. É importante o que os outros pensam de nós e quem o negar, está decerto a mentir porque por muito que sejamos seguros, precisamos sempre de um reforço para a nossa confiança.
A festa do dia da mãe, no colégio, serviu para eu ter mais umas achegas sobre como o meu filho me vê.
Num cartaz, com um desenho da mãe feito por ele, estava cerca de uma dezena de coisas que ele terá usado para descrever a mãe. Lembro-me apenas de algumas: dá muitos beijinhos (que dou, confesso); faz papa e batatas fritas (não me lembro da última vez que fiz batatas fritas mas ele deve achar que eu faço as pringles com caixa e tudo…); trabalha em casa (dont’t we all); brinca com os carrinhos (gostava de brincar mais, mas sim, brinco e gosto); e, por último, e mais surpreendente (talvez porque eu não me considere nem uma coisa nem outra) é alta e muito bonita.
Isso aliado ao facto de cada vez que ele vê um cartaz de uma pin-up dos anos 40 de vestido coleante e cabelo loiro e pose sensual que aparece no Valiant, começar a gritar que aquela é a mãe, leva-me a colocar três hipóteses: ou eu tenho uma ideia muito pobrezinha da minha pessoa ou o meu filho precisa urgentemente de um oftalmologista ou tem um Complexo de Édipo do tamanho do Burj Al-Arab!
P.S.: E sim, claro que fico toda inchada cada vez que ele diz isso!
sábado, 2 de maio de 2009
MEMÓRIAS
Hoje fiquei sozinha em casa, pela primeira vez, desde que o pai morreu. Só tive noção de que não estava sozinha em casa desde há muito tempo quando me começou a faltar algo. Alguma coisa indefinida e que de inicio não conseguia entender. A meio da manhã, percebi. Faltava-me uma frase. Faltava-me o metro e oitenta e cinco a entrar em casa adentro (que sempre me pareceu pequena para ele) e fazer a pergunta sacramental: “Bom dia, miúda. Vou lá abaixo buscar o jornal, queres alguma coisa?”
Com a minha avó foi a mesma coisa. Via-a definhar, via-a literalmente morrer mas não me lembro – a minha mente bloqueia por completo – dessa parte. Eu nem sequer me lembro dela de cabelo curto que usou apenas nos dois últimos meses de vida. Lembro-me sempre do eterno cabelo irrepreensivelmente preso numa banana. Lembro-me do seu cheiro. Do seu ar arrogante, altivo, um nadinha aristocrático que eu sempre achei fabuloso numa mulher que não conseguiu concluir a 4ª classe e como isso a fazia infeliz (o facto de não ter estudado).
Fez até à 4ª classe porque fugia de casa com quando os 6 irmãos (todos homens) mais velhos iam para as aulas e aparecia-lhes lá. A minha bisavó, viúva, não a deixou fugir mais depois da 4ª classe que nas zonas rurais, nos anos 30, as meninas não precisavam de estudar.
Lembro-me da eterna história mal contada do seu casamento com o meu avô e que nunca saberemos ao certo se eles efectivamente eram casados ou não. De como lhe perguntava vezes, sem conta, acerca do casamento e ela, com o seu jeito tão particular e tão teimoso, se esquivava à questão. Só no funeral, se levantou um pouco o véu do mistério, o que me fez aumentar exponencialmente a minha admiração por ela (que a bem dizer já estava nos píncaros) e explicou tão bem a forma simples como ele encarava a minha união de facto (algo que nunca é bem encarado pelas avós). Só depois dela morrer, soubemos que em plenos anos 40, numa zona rural do norte do país, a mais nova de 7 irmãos, de uma família pobre se perdeu de amores por um homem 14 anos mais velho e com posses. A família dela não aceitava porque ele devia querer aproveitar-se dela (não deviam ver bem, que a mulher era linda de morrer, carago!) e era muito mais velho. A família dele não aceitava porque ela era pobre. A menina não vai de modas, deixa a casa da mãe, debaixo de pragas e maldições, de cabeça erguida e nariz empinado e vai viver com ele numa cabana à beira de um rio e assunto arrumado. Dizem os irmãos dela que a mãe em fúria, enquanto ela caminhava altaneira caminho abaixo, lhe atirou uma praga e um crucifixo gigantesco. A menina pára perante a agressão, volta-se para trás e diz: “Se pensa que cá o deixo, engana-se.” E de crucifixo na mão continuou caminho abaixo. O célebre crucifixo está ali, na casa ao lado, e mais do que um símbolo religioso, tornou-se num símbolo de amor e de determinação. Não sabemos se alguma vez chegaram a casar mas se o fizeram já foi depois de o meu pai ser concebido. O que explicou porque é que no seu leito de morte, já semi-inconsciente, quando o pai do Projecto entrou no quarto do hospital e alguém lhe disse que estava lá o meu namorado, ela se sentou indignada e, de dedo em riste, declarou: “Marido! Se vivem juntos estão casados e pronto!”
Lembro-me dos meus primeiros cinco anos de vida que foram passados com ela. Sim, que eu vim de férias aos 3 meses com ela a Portugal (para que ela pudesse exibir o primeiro elemento da nova geração a toda a família) e de férias continuo até hoje. Foi a ela que eu fiz passar as passas do Algarve com traquinices de alto calibre. Era na cama dela que eu me enfiava de manhã como hoje o meu filho faz comigo. Lembro-me que era capaz de passar horas com a cabeça no seu colo com ela a fazer-me festas no cabelo e como ela dizia que a massa incompreensível que forma o meu cabelo se deve ao facto de ter três tipos de cabelo diferentes: cabelos lisos, cabelos em canudo; e cabelo em carapinha. Lembro-me de estar sentada debaixo da figueira com o meu avô a comer melão no verão, toda lambuzada ou de como ele assava o milho e o barrava com manteiga. Lembro-me que ela fazia as melhores batatas fritas do mundo e até hoje nunca comi nenhumas iguais mas o óleo tinha que ser fula e a farinha para os bolos tinha que ser Branca de Neve do pacote azul ou estava tudo estragado. Lembro-me que não tocava em nenhum derivado do leite. Nem queijo, nem manteiga, nem nada que os contivesse. Detestava leite e adorava café e toda a descendência é igual. Nem o meu filho gosta de leite. Nunca gostou. Tenho que lhe deitar carradas de chocolate para a coisa descer porque se for branco entra e sai pela mesma via em tempo recorde.
Lembro-me de uma surra que ela me deu com os nervos do ‘que me poderia ter acontecido’ quando eu aos 4 anos empilhei cadeiras e bancos e trepei para cima de uma guarda-fatos para tirar uns brinquedos que lá estavam e voltei a descer com eles. Lembro-me que não me deixava brincar com algumas meninas da aldeia porque não eram ‘companhia para mim’.
Lembro-me que não era religiosa praticante. Sinceramente, nem me lembro de ir à igreja enquanto vivi com ela. Mas na Páscoa arejava as colchas que punha na janela para a procissão e o padre ia lá a casa beijar o santo. Um ano, um sobrinho dela levou-me na procissão (eu era mais ou menos a menina na mão das bruxas porque era a única criança). Deliciados pegaram na loirita dos caracóis e das bochechas e vestiram-na de anjo e lá fui eu. Quando passei por casa, dei uma de Carla Bruni e desatei a acenar a toda a família que estava à janela. Lembro-me da cara dela de escândalo. Dela a fazer-me sinais para parar de acenar. Não era religiosa mas respeitava os seus santos que tinha em casa e que ainda existem hoje. Lembro-me que me leu a história dos 3 pastorinhos e que eu chorei copiosamente.
Lembro-me de uma vez quase me esfregar com palha de aço porque, mais uma vez pegaram na loirita dos caracóis das bochechas e decidiram fazer dela menina das alianças no casamento de uma prima (a irmã do que me vestiu de anjo). Enfiaram-me (lembro-me tão bem) num vestido de veludo castanho e disseram-me para ficar quietinha. Eu fiquei impávida e serena a ver as senhoras a arranjar-se. Devo ter pensado, a certa altura, que me faltava perfume. Como o pechiché estava ocupado com as senhoras a arranjar-se e aqueles perfumes estavam fora de alcance, joguei mão à única coisa que devia ter à mão e que tinha um cheiro forte. Quando deram por mim tinha espalhado na minha pessoa e no vestido de veludo castanho um frasco de vicks vaporub. Tenho cá para mim que toda a gente ficou com o nariz desentupidinho naquele casamento…
Lembro-me que não me lembro de a ver chorar a não ser uma única vez. Lembro-me da arca de esferovite que ela trazia sempre que vinha a Lisboa de expresso ver as suas meninas (o que acontecia religiosamente 3 vezes por ano) carregadinha de coisas da quinta. Lembro-me das roupas que costurava e da disposição do seu quarto de costura e de como apenas costurava para certas senhoras e para nós e para ela. Não era daquelas costureiras que faziam bainhas e apertavam coisas, não. Ela era demasiado orgulhosa para isso… Fazia vestidos para casamentos, fazia vestidos de casamentos, fatos completos, sobretudos, casacos elaborados e eu ficava fascinada. Como fiquei maravilhada quando outra prima casou e ela fez-lhe um vestido que nada tinha a ver com os vestidos de noiva que eu conhecia. Muito simples, curto e azul… Passei horas à procura de agulhas e alfinetes que ela tinha que me manter ocupada e eu achava as coisas mais depressa do que o Santo António amarrado. Quando os meus apelos para que me ensinasse a costurar se tornaram demasiado insistentes, ensinou-me a bordar e a tirar moldes da Burda. Eu devia ter 5 ou 6 anos. Nunca me ensinou a coser. Tenho cá para mim que não o fez com medo de que eu quisesse fazer disso a minha vida e não, eu ia estudar. Estudar tudo o que ela não tinha podido estudar e ler livros, muitos livros. Quando lhe disse que não queria estudar queria ser cabeleireira (mais ou menos com a mesma idade) resolveu a coisa de forma simples: “Ai queres? Que nojo. Depois aparecem-te lá pessoas com piolhos e bichos no cabelo e tu tens que lhes mexer.” Acabou-se-me logo o sonho.
Nunca me lembro de a ver desalinhada. Era daquelas mulheres que quando aparecia para o pequeno-almoço, vinha imaculadamente vestida como se fosse sair (ainda que raramente o fizesse que a quinta dava trabalho que chegasse) e sem um único fio de cabelo fora do lugar.
Lembro-me que não me lembro de ir alguma vez ao médico. Nem com a cabeça partida ou com os cortes que me lembro de fazer. Tudo se resolvia com o fascínio da avó por sangue e pela medicina (“Ai se eu pudesse ter estudado… Hoje era médica… E uma boa médica…”) e com água oxigenada e terramicina, claro.
Lembro-me de uma inundação na quinta. De como eu e a minha bisavó ficámos no 1º andar a ver, da janela, o milho quase coberto por água. Lembro-me que ela sempre me disse que eu não podia lembrar-me destas coisas porque era demasiado pequenina quando aconteceram. Mas lembro-me…